terça-feira, 25 de outubro de 2011

Enlevo

A veemência é nítida. O tom de voz e os movimentos são extremamente fascinantes, mas não são estes que mostram a densidade existente... Olhar-te-ia por horas à fio. Olhar-te-ia pura e simplesmente... É possível vislumbrar o plano das idéias ao te olhar.
A inquietude pelo teu olhar refletida é estonteante e me tira a possibilidade de mensurar o barulho, a luminosidade e as formas inerentes a toda complexidade, fazendo de mim mero títere da necessidade de contemplar uma vez mais o belo através de ti.
Tua complexidade é motivo de encantamento... De tanto olhar, percebo o caminho trilhado e a incapacidade de permanecer seguindo tuas orações adornadas por flechas. És complexo, és belo, és encantador.
Toda a nebulosidade existente em teus olhos traz-me a insânia, o descabimento e a fissura e, esta, te torna cada vez mais translúcido. Tocar-te não ousaria, embora conheça, inexplicavelmente, a textura da tua pele, a maciez dos pêlos que adornam teu corpo, o teu gosto... Apenas me atreveria a sentir tão almejado cheiro.
A loucura mostra a mim sua face de beleza inexorável, com seu sorriso em esguelha e a habilidade de malabarista tira-me o sono. Por que trouxeste a mim esta vontade desmedida? Dê-me ao menos o seu cheiro, já que roubaste o meu dia e a minha noite...  

Um comentário:

Anônimo disse...

Tu T'en Vas