quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quinze Minutos

As mãos suavam, estava ansiosa... Toda e qualquer palavra mencionada perdia-se no limbo, no nervosismo de olhar para o relógio a cada minuto. A espera lhe alcançava, era tocada por todo aquele sentimento louco... Estava confusa. Esperara tanto que não podia crer...
Tantos foram os papéis riscados... Tantas foram as palavras dedicadas. Sentimentos escondidos entre pensamentos jogados, ambos são testemunhas de um ser perdido no tempo, encontrado em meio ao jogar-se de olhos fechados. Essa era a que esperava, vislumbrando as luzes da noite, entre buzinas e transeuntes.
Vinha devagar. Vira-o ao longe e, num ato inexplicável, tentou forjar a inexistência deste que tanto a perturbava. Queria-o de fato. Estava ali... Ao alcance da sua vontade e de toda a sua fragilidade. O tom da voz buscando não transparecer a impaciência, tudo lhe parecia distorcido... O peito pulsava, as mãos tremiam, as palavras lhe faltavam... Era verdade.
A pele macia, os cabelos cheios e o olhar tão conhecido... Beijava-o com toda a sua voracidade. Suspirava esperando guardar em sua mente aquele momento que fora antes vivido no tempo, dado pelo seu desejo. Era seu então... Sentia-o. Os lábios fortes, a mão inquieta por cima da blusa... O pedido para que o desejo encontrasse o membro rijo... Beijava-o.
Ante ao impulso de todo o seu ímpeto, deixou-se levar ao encontro do que tanto desejava... Em sua boca, sentia toda a virilidade... Sorvia-o graciosamente. Os quinze minutos de todo o seu querer era plenamente realizado com o penetrar em seus lábios, acariciando-o com a língua, tendo-o inteiramente a seu gosto.
A mão em seus cabelos revelava o que lhe era inerente, estreitava o contato com o vigor exposto, fazendo alcançar toda a profundidade existente... Umedecia-se... Sentia-se explorada de maneira ímpar e maravilhosa. Os passos lá fora não eram suficientes para inibir tanto apetite.
A luz fraca testemunhava o encontro dos lábios inquietos com o mamilo intumescido; sugava-a intensamente, explicitando toda apreensão existe dentro de si. Gemia, entregava-se a aquele que tanto a tornara cativa- fora marcada na pele e no tecer de seus instintos... O tempo corria sentenciosamente.
No descer pelos degraus, não sentia o caminho traçado... O vagão em que permanecia não a podia compreender, estava além de todo o espaço e todo o tempo... Sabia que tinha provado o gosto do que tanto ansiava, o cheiro de quem tanto a perturbava e isso a movia de maneira única, forte.
O apagar das luzes não a retirou do momento vivido. Deitada, provocava-se mais e mais e tudo, o que havia contido o tempo, era enfim saciado no desenrolar do seu desejo. Explodira, enfim, num prazer nunca antes sentido... E num momento de alívio, rememorava todo o prazer vivido até que Morfeu a pudesse alcançar.


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