Estava sentada no campo dos girassóis. O sol morno a deixava mais tranqüila... este brilhava, mas com abatimento, como referência a espectadora da vida. Tinha vontade de correr entre aqueles girassóis, de um amarelo tão intenso e lindo...
Respirava a limpeza daquele lugar; o morro na qual estava sentada a tornava alheia ao cenário... Parecia contemplar o quadro de Van Gogh. Estava ali, não podia negar isso a si mesma... não podia deixar de interagir, a distância não era tanta assim...
Sentia cada cor... tentava contar os girassóis. Até quando tentaria isso? Lembrou-se de quando tentava levar todas as laranjas do suco, de uma vez, e entregar a sua mãe que sorria com a tamanha audácia. Precisava descobrir como é bom apreciar... unicamente.
Gostava de como o azul do céu era tocado pelos girassóis no horizonte, sabia que um dia correria entre eles, sentindo o vento batendo em seu rosto e seus cabelos testificariam a liberdade desse momento. Poderia tocar os girassóis. Eram enormes e tão lindos. Queria um para si.
Naquele dia, conseguiu enfim tirar seus sapatos, sentir-se no quadro da Van Gogh. O vento cantava veementemente em seus cabelos, então pode ensaiar em sua mente o galope intangível. Não precisaria enfim carregar todas as laranjas. Respirava e cantarolava... sorria finalmente.
Sem perceber, o ocaso tocou o campo de girassóis, era hora de ir. Os sapatos, estes, ela poderia ficar sem. Era suficiente para aquele instante... logo estaria de volta.
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